sábado, 6 de dezembro de 2008

Mensagem para o 11º Encontro Espírita sobre a Vida e a Obra de Bezerra de Menezes do Centro Espírita Leon Denis - 27/08/2000

É sempre possível ver os dedicados seareiros do bem espalhados sobre a Terra, ajudando a humanidade a suportar os seus momentos de dor, de tristeza ou de ansiedade.
Destacam-se da grande maioria, por serem apoiadores e consoladores.
Suas palavras não contêm o ácido da crítica que desgasta e corrói nem a sensação de perda de tempo tão comum nos que apresentam soluções inviáveis para a dor e para o sofrimento humano.
Guardam seriedade diante daquele que sofre, e, quando chamados para cooperar com a solução de problemas aflitivos, guardam alegria ante o triunfo do bem.
Bezerra encarna o homem do futuro, mas que já pode ser visto no presente, através dos atos que realiza e da bondade que inspira a tantos.
A dor aflitiva ou o sofrimento desgastante conseqüentes à ignorância humana, aqueles trazidos por sentimentos impiedosos, até mesmo as dificuldades vistas nos lares o atingem fortemente, ao ponto de fazê-lo dedicar-se, mais e mais, aos que chora, mostrando, assim, que ele jamais deixará de pensar nas soluções dos problemas da humanidade.
Aos que oram a Deus, pedindo o afastamento das próprias dores, dores essas que os impressionam fortemente, jesus lhes responderá apresentando este generoso espírito à coletividade, indicando-o como um dos vasos escolhidos pelo senhor (Atos, IX: 15), para que a humanidade nele se inspire e siga-o nos exemplos, nas tarefas do bem e na forte vontade de ser um bom cooperador de Jesus.
Paz!


Luiz

Mensagem psicográfica recebida pelo médium Altivo C. Pamphiro, em 03/07/2000.

quinta-feira, 4 de dezembro de 2008

Homens de Fé

"Todo aquele, pois, que escuta essas minhas palavras e as pratica, assemelhá-lo-ei ao homem prudente que edificou a sua casa sobre a rocha." - Jesus. (Mateus, 7:24.)

Os grandes pregadores do Evangelho sempre foram interpretados à conta de expressões máximas do Cristianismo, na galeria dos tipos veneráveis da fé; entretanto, isso somente aconteceu, quando os instrumentos da verdade, efetivamente, não olvidaram a vigilância indispensável ao justo testemunho.
É interessante verificar que o Mestre destaca, entre todos os discípulos, aquele que lhe ouve os ensinamentos e os pratica. Daí se conclui que os homens de fé não são aqueles apenas palavrosos e entusiastas, mas os, que são portadores igualmente da atenção e da boa vontade, perante as lições de Jesus, examinando-lhes o conteúdo espiritual para o trabalho de aplicação no esforço diário.
Reconforta-nos assinalar que todas as criaturas em serviço no campo evangélico seguirão para as maravilhas interiores da fé. Todavia, cabe-nos salientar, em todos os tempos, o sabido valor dos homens moderados que, registrando os ensinos e avisos da Boa Nova, cuidam, desvelados, da solução de todos os problemas do dia ou da ocasião, sem permitir que suas edificações individuais se processem, longe das bases cristãs imprescindíveis.
Em todos os serviços, o concurso da palavra é sagrado e indispensável, mas aprendiz algum deverá esquecer o sublime valor do silêncio, a seu tempo, na obra superior do aperfeiçoamento de si mesmo, a fim de que a ponderação se faça ouvida, dentro da própria alma, norteando-lhe os destinos.


Emmanuel

Do livro: Pão Nosso
Psicografia: Francisco Cândido Xavier
Editora: FEB

sábado, 29 de novembro de 2008

Kardec e a espiritualidade

Todas as missões dignificadoras dos grandes vultos humanos são tarefas do Espírito. Precisamos compreender a santidade do esforço de um Edson, desenvolvendo as comodidades da civilização, o elevado alcance das experiências de um Marconi, estreitando os laços da fraternidade, através da radiotelefonia. Apreciando, porém, o labor da inteligência humana, somos obrigados a reconhecer que nem todas essas missões têm naturalmente uma repercussão imediata e grandiosa no Mundos dos Espíritos.
Daí a razão de examinarmos o traço essencial do trabalho confiado a Allan Kardec. Suas atividades requisitaram a atenção do planeta e, simultaneamente, repercutiram nas esferas espirituais, onde se formaram legiões de colaboradores, em seu favor.
Sua tarefa revelava ao homem um mundo diferente. A morte, o problema milenário das criaturas, perdia sua feíção de esfinge. Outras vozes falavam da vida, além do sepulcro. Seu esforço espalhava-se pelo orbe como a mais consoladora das filosofias; por isso mesmo, difundia-se no plano invisível, como vasto movimento de interesses divinos.
Ninguém poderá afirmar que Kardec fosse o autor do Espiritismo. Este é de todos os tempos e situações da humanidade. Entretanto, é ele o missionário da renovação cristã. Com esse título, conquistado a peso de profundos sacrifícios, cooperou com Jesus para que o mundo não morresse desesperado. E, contribuindo com a sua coragem, desde o primeiro dia de labor, organizaram-se nos círculos da espiritualidade os mais largos movimentos de cooperação e de auxílio ao seu esforço superior.
Legião de generosos amigos da humanidade alistaram-se sob a sua bandeira cooperando na causa imortal. Atrás de seus passos, movimentou-se um mundo mais elevado, abriram-se portas desconhecidas dos homens, para que a ciência e a fé iniciassem a marcha da suprema união, em Jesus Cristo.
Não somento o orbe terrestre foi beneficiado. Não apenas os homens ganharam esperanças. O mundo invisível alcançou, igualmente, consolo e compreensão.
Os vícios da educação religiosa prejudicaram as noções da criatura, relativamente ao problema da alma desencarnada. As idéias de um céu injustificável e de um inferno terrível formaram a concepção do espírito liberto, como sendo um ser esquecido da Terra, onde amou, lutou e sofreu.
Semelhante convicção contrariava o espírito de seqüência da natureza. Quem atendeu as determinações da morte, naturalmente, continua, além, suas lutas e tarefas, no caminho evolutivo, infinito. Quem sonhou, esperou, combateu e torturou-se não foi a carne, reduzida à condição de vestido, mas a alma, senhora da Vida Imortal.
Essa realidade fornece uma expressão do grandioso alcance da "missão de Allan Kardec", considerada no Plano Espiritual.
É justo o reconhecimento dos homens e não menos justo o nosso agradecimento aos seus sacrifícios "de missionário", ainda porque apreciamos a atividade de um apóstolo sempre vivo.
Que Deus o abençoe.
O Evangelho nos fala que os anjos se regozijam quando se arrepende um pecador. E a tarefa santificada de Allan Kardec tem consolado e convertido milhares de pecadores, neste mundo e no outro.


Emmanuel

Do livro: Doutrina da Luz
Psicografia: Francisco Cândido Xavier
Editora: GEEM

sexta-feira, 28 de novembro de 2008

No reino da construção

"Na casa do meu pai há muitas moradas; se assim não fosse, já eu vo-lo teria dito, pois me vou para vos preparar o lugar." - Jesus - João, 14:2
"Entretanto, nem todos os Espíritas que encarnam na Terra vão para aí em expiação." - Cap. III, 14.




Escutaste o pessimismo que se esmera em procurar as deficiências da Humanidade, como quem se demora deliberadamente nas arestas agressivas do mármore de obra prima inacabada e costumas dizer que a Terra está perdida.
Observa, porém, as multidões que se esforçam silenciosamente pela santificação do porvir.
Compulsaste as folhas da imprensa, lendo a história do autor de homicídio lamentável e, sob extrema revolta, trouxeste ao labirinto das opiniões contraditóriasa tua própria versão do acontecimento, asseverando que estamos todos no teatro do crime.
Recorda, contudo, os milhões de pais e mães, tocados de abnegação e heroísmo, que abraçam todos os sacrifícios no lar para que a delinqüência desapareça.
Conheceis jovens que se transviaram na leviandade, desvairando-se em golpes de selvageria e loucura e, examinando acremente determinados sucessos que devem estar catalogados na patologia da mente, admites que a juventude moderna se encontra em adiantado processo de desagregação do caráter.
Relaciona, todavia, os milhões de rapazes e meninas, debruçados sobre livros e máquinas, através do labor e do estudo, em muitas circunstâncias imolando o próprio corpo à fadiga precoce, para integrarem dignamente a legião do progresso.
Sabes que há companheiros habituados aos prazeres noturnos e, ao vê-los comprando o próprio desgaste a peso de ouro, acreditas que toda comunidade humana jaz entregue à demência e ao desperdício.
Reflete, entretanto, nos milhões de cérebros e braços que atravessam a noite, no recinto das fábricas e junto dos linótipos, em hospitais e escritórios, nas atividades da limpeza e da vigilância, de modo a que a produção e a cultura, a saúde e a tranqüilidade do povo sejam asseguradas.
Marcaste o homem afortunado que enrijeceu mãos e bolsos, na sovinice, e esposas a convicção de que todas as pessoas abastadas são modelos completos de avareza e crueldade.
Considera, no entando, os milhões de tarefeiros do serviço e da beneficência, que diariamente colocam o dinheiro em circulação, a fim de que os homens conheçam a honra de trabalhar e a alegria de viver.
Não condenes a Terra pelo desequilíbrio de alguns.
Medita em todos os que se encontram suando e sofrendo, lutando e amando, no levantamento do futuro melhor, e reconhecerás que o Divino Construtor do Reino de Deus no mundo está esperando também por ti.


Emmanuel

Do livro: Livro da Esperança
Psicografia: Francisco Cândido Xavier
Editora: CEC

terça-feira, 25 de novembro de 2008

Diante deles

Lições vivas, constituem eles advertência rigorosa da justiça divina, que podeis meditar, preparando o futuro do teu próprio espírito.
Muitos deles solicitaram o disfarce sob o qual jornadeiam, buscando esquecer, recomeçando o caminho antes percorrido com desatino, ocultando-se dos inimigos que fizeram através da insânia.
Ergastulados, diversos não podem fugir ao império da disciplina que lhes plasma nos tecidos sutis da alma as futuras manifestações da felicidade.
Constrangidos compulsoriamente ao olvido na demência ou à prisão na paralisia, mergulharam no corpo físico, patenteando a soberana "lei de causa e efeito" com as mesmas oportunidades para todos os homens em jornada evolutiva.
Os irmãos limitados ou deficientes, os excepcionais ou idiotas vinculados a esta ou àquela classificação da ciência oficial, são trânsfugas do dever que retornam, buscando acolhida nos sítios onde espezinharam o amor e desarticularam a paz, esfaimados do pão da esperança e da alegria convertida, então, em piedade fraternal.
Alguns afetos que precederam seus amores na viagem para além da cortina densa da carne, retornam, também, para se demorarem junto ao calor do devotamento de muitos corações que, sem eles ao lado, se atirariam em dédalos infernais, a se queimarem e requeimarem nas chamas das paixões devastadoras...
Considera o caminho que percorrem e agradece, através do trabalho de edificação do bem, todos os tesouros que te exornam a presente encarnação e não te detenhas no pórtico da ação nobre. Adentra-te na responsabilidade de fazer o bem, e faze-o com a mesma emoção dos momentos festivos com que o bem te chega ao regaço íntimo.
Por enquanto, podes ajudar...
Jesus, o incomparável Filho de Deus, deteve-se não poucas vezes ao lados dos mutilados e enfermos, dos desvairados e paralíticos, dos obssessos e deficitados, para escutá-los e socorrê-los, e, como é verdade "que nem todos recuperaram a saúde" transitória do corpo físico, a todos acenou, porém, com a oportuna dádiva da esperança, ajudando-os com o estímulo da coragem para "não tornarem a pecar", ensinando, indiretamente, que a felicidade real e verdadeira independe da aparência, sendo, no entanto, um estado de espírito tranqüilo, aquinhoado por uma consciência sem culpa.


Joanna de Ângelis

Do Livro: Lampadário Espírita
Psicografia: Divaldo P. Franco
Editora: FEB

domingo, 23 de novembro de 2008

Nos problemas da posse

"Porque nada trouxemos deste mundo e manifesto é que nada podemos levar dele" - Paulo. (I Timóteo, 6:7)

Não encarceres o próprio espírito no apego aos patrimônios transitórios do plano material que, muitas vezes, não passam de sombra coagulada em torno do coração.
Observa o infortúnio de quantos se agrilhoaram à paixão da posse, nos territórios do sentimento.
Muitos não se contentaram com a própria ruína, convertendo os semelhantes em vítimas dos desvarios a que se confiaram, insanos.
Supunham-se donos das criaturas que amavam e, ante os primeiros sinais de emancipação a que se mostraram dispostas, não vacilaram em abatê-las sob golpe homicida.
Julgavam-se propretários absolutos de bens passageiros e transformaram as lágrimas dos órfãos e das viúvas em cadeias da fome e vínculos da morte.
Presumiam-se mandantes exclusivos da autoridade e fortaleceram o império da violência.
Superestimavam os próprios recursos e, enceguecidos na megalomania do poder transviado, agravaram, junto de si, os perigos da ignorância e os processos da crueldade.
Todos eles, porém, dominados pelo orgulho, despertaram, desorientados e infelizes, nas trevas que amontoaram em si mesmos, com imenso trabalho a fazer para a própria libertação.
Usa as possibilidades da vida, sem a presunção de te assenhoreares daquilo que Deus te empresta.
Nessa ou naquela vantagem efêmera, que te felicite o caminho entre os homens, recorda, com o apóstolo Paulo, que os espíritos reencarnados não trazem consigo quaisquer propriedades materiais para este mundo e manifesto é que nenhuma delas poderão levar dele.


Emmanuel

Do livro: Palavras de Vida Eterna
Psicografia: Francisco Cândido Xavier
Editora: CEC

quinta-feira, 20 de novembro de 2008

Perante o mundo

"Não se turbe o vosso coração. Credes em Deus, crede também em mim." - Jesus - João, 14:1.

"A casa do Pai é o Universo. As diferentes moradas são os mundos que circulam no espaço infinito e oferecem aos Espíritos que neles encarnam, moradas correspondentes ao adiantamento dos mesmos Espíritos." - Cap. III, 2.



Clamas que não enconstraste a felicidade no mundo, quando o mundo, - bendita universidade do espíritos, dilapidada por inúmeras gerações, - te incluiu entre aqueles de quem espera cooperação para construir a própria felicidade.
Quando atingiste o diminuto porto do berço, com a fadiga da ave que tomba inerme, depois de haver planado longo tempo, sobre mares enormes, conquanto chorasses, argamassavas com teus vagidos, a alegria e a esperança dos pais que te acolhiam, entusiasmados e jubilosos, para seres em casa o esteio da segurança.
Alcançaste o verde refúgio da meninice e embora mostrasses a inconsciência afável da infância, foste para os mestres que te afagaram na escola a promessa viva de luz e realização que lhes emblemava o porvir.
Chegaste ao róseo distrito da juventude e apesar da inexperiência em que se te esfloravam todos os sonhos, os dirigentes de serviço, na profissão que abraçaste, contavam contigo para dignificar o trabalho e clarear os caminhos.
Constituíste o lar próprio e, não obstante tateasse os domínios da responsabilidade, em meio de flores e aspirações, espíritos afeiçoados e amigos te aguardavam generoso concurso para se corporificarem, na condição de teus filhos, através da reencarnação.
Penetraste os círculos da fé renovadora que te honra os anseios de perfeição espiritual e se bem que externasse imediata necessidade de esclarecimento e socorro, companheiros de ideal saudaram-te a presença, na certeza de teu apoio ao levantamento das iniciativas mais nobres.
Casa que habitas, campo que lavras, plano que arquitetas e obras que edificas solicitam-te paz e trabalho.
Amigos que te ouvem rogam-te bom ânimo.
Doentes que te buscam suspiram por melhoras.
Criaturas que te rodeiam pedem-te amparo e compreensão para que lhes acrescentes a coragem.
Coisas que te cercam requisitam-te proteção e entendimento para que lhes aprimore o dom de servir.
Tudo é ansiosa expectativa, ao redor de teus passos.
Não maldigues a Terra que te abençoa.
Afirmas que esperas, em vão, pelo auxílio do mundo... Entretanto, é o mundo que espera confiantemente por ti.


Emmanuel

Do livro: Livro da Esperança
Psicografia: Francisco Cândido Xavier
Editora: CEC

quarta-feira, 19 de novembro de 2008

Mensagem para o 7º Encontro Espírita sobre Jesus do Centro Espírita Leon Denis - 24/09/2000

Jesus, o divino governador espiritual da Terra, permanece a postos, no seu divino mister de conduzir o homem para a conquista da elevação.
Por mais que as sociedades se criem e se disfaçam; por mais que as nações se entredevorem, criando novas e maiores conseqüências para seus filhos; por mais que o homem, observado do ponto de vista individual, se torne indiferente ao seu progresso, Jesus permanece a postos, rearrumando as sociedades, organizando as nações, fazendo o homem melhor. Para isso, o Mestre instalou na Terra, como instrumento destinado ao progresso humano, a Lei da Reencarnação. Através dela, reparam-se erros individuais e corrigem-se problemas coletivos. Pela reencarnação, também se observa o progresso do semelhante como conseqüência natural do esforço e da luta diária de cada um, e que a dignificação da sociedade produzirá nações generosas e felizes.
Jesus ainda nos mostra que pela Lei do Amor o homem pode atingir os pináculos da elevação moral e espiritual.
Abrindo à criatura a Lei dos Destinos, o Mestre nos permite acompanhar o progresso de todos os que igualmente se incaminham para frente e para o alto, através das lutas cotidianas.
Vemos, assim, que Jesus trabalha o sentimento do homem, para que este sempre busque elevar-se. Se não há felicidade pessoal sem que vejamos o nosso próximo igualmente feliz e equilibrado, não haverá da parte de Jesus descanso, enquanto não observar que a humanidade terrena caminha para uma destinação gloriosa: a de mundo virtuoso.
Lutemos para que essa aurora chegue a todos através do esforço contínuo e da prática exclusiva do bem.
Paz!


Luiz

(mensagem recebida pelo médium Altivo C. Pamphiro, em 14/09/2000)

terça-feira, 18 de novembro de 2008

O Espiritismo Obriga

O Espiritismo é uma ciência essencialmente moral. Então os que dizem seus adeptos não podem, sem cometer um grave inconseqüência, subtrair-se às obrigações que impõe.
Essas obrigações são de duas sortes.
A primeira concerne o indivíduo que, ajudado pelas claridades intelectuais, que a doutrina espalha, pode melhor coompreender o valor de cada um de seus atos, melhor sondar todos os retalhos de sua consciência, melhor apreciar a infinita bondade de Deus, que não quer a morte do pecado mas que se converta e viva e, para lhe deixar a possibilidade de erguer-se de suas quedas, lhe deu a longa série de existências sucessivas, a cada uma das quais, levando o peso de suas faltas passadas, pode adquirir novos conhecimentos e novas forças, fazendo-o evitar o mal e praticar o que é conforme à justiça, à caridade. Que dizer daquele que, assim esclarecido quanto aos deveres para com Deus, para com irmãos, fica orgulhoso, cúpido e egoísta? Não parece que a luz o tenha esquecido, porque não estava preparado para a receber? Desde então marcha nas trevas, posto esteja em meio à luz. Só é Espírita de nome. A caridade fraterna dos que vêem realmente deve esforçar-se por curá-lo dessa cegueira intelectual. Mas para muitos dos que lhe parecem será preciso a luz que o túmulo traz, porque seu coração está muito ligado aos prazeres materiais, e seu espírito não está maduro para receber a verdade. Numa nova encarnação compreenderão que os planetas inferiores, como a Terra, não passam de uma espécie de escola mútua, onde a alma começa a desenvolver suas faculdades, suas aptidões, para em seguida as aplicar ao estudo dos grandes princípios da ordem, da justiça do amor e da harmonia, que regem as relações das almas entre si, e as funções que desempenham na direção do universo. Eles sentirão que, chamada a uma tão alta dignidade, qual a de se tornar mensageira do Altíssimo, a alma humana não deve aviltar-se, degradar-se ao contacto dos prazeres imundos da volúpia; das ignóbeis tentações da avareza, que subtrai a alguns filhos de Deus o gozo dos bens que deu a todos; compreenderão que o egoísmo, nascido do orgulho, cega a alma e a faz violar os direitos da justiça, da humanidade, desde que gera todos os males que fazem da Terra um lugar de dores e expiações. Instruídos pelas duras lições da adversidade, seu espírito será amadurecido pela reflexão, e seu coração, depois de ter sido ralado pela dor, tornar-se-á bom e caridoso. É assim que os que vos parece um mal, por vezes é necessário para reconduzir os endurecidos. Esses pobres retardatários, regenerados pelo sofrimento, esclarecidos por essa luz interior, que se pode chamar o batismo do Espírito, velarão com cuidado sobre si mesmo, isto é, sobre os movimentos do coração e o emprego de suas faculdades, para os dirigir conforme as leis da justiça e da fraternidade. Compreenderão que não são apenas obrigados a eles próprios se melhorarem, cálculo egoísta que impede atingir o objetivo visado por Deus, mas que a segunda ordem de obrigação do Espírita, decorrendo necessariamente da primeira e a completando, é a do exemplo, que é o melhor dos meios de propagação e de renovação.
Com efeito, aquele que está convencido da excelência dos princípios que lhes são ensinados, e devem, se a eles conforme a sua conduta, lhe proporcionar uma felicidade duradoura, não pode, se estiver verdadeiramente animado desta caridade fraterna, que está na essência mesma do Espiritismo, senão desejar que sejam compreendidos por todos os homens. Daí, a obrigação moral de conformar sua conduta com a sua crença e ser um exemplo vivo, um modelo, como o Cristo o foi para a humanidade...


Luís de França

Revista Espírita - maio de 1866
Psicografia: Médium Sra. B...
Editora: EDICEL

segunda-feira, 17 de novembro de 2008

Fenômeno Mediúnico

O fenômeno mediúnico é de todos os tempos e ocioso seria mostrar, num estudo simples, o papel que lhe cabe na gênese de todos os caminhos religiosos.
Importa anotar, porém, que os povos primitivos, sentindo a influência dos desencarnados a lhes pesar no orçamento psíquico, promovem medidas com que supõem garantir-lhes segurança e tranqüilidade no reino da morte.
(...)Contudo, quase todas as manifestações de intercâmbio, entre os vivos da Terra e os vivos da Espiritualidade, evidenciavam-se mescladas de sombra e luz.
No delírio de símbolos e amuletos, em nome dos mortos, estimulavam-se preces e libações, virtudes e vícios, epopéias e bacanais.
Com Jesus, no entanto, recolhe o homem o necessário crivo moral para definir responsabilidades e objetivos.
Em sua luminosa passagem, o fenômeno mediúnico, por toda parte, é intimado à redenção da consciência.
(...)Não somente induz Maria de Magdala a que se liberte dos seguidores invisíveis que a subjugam, mas também a criar, em si própria, as qualidades condignas com que se fará, mais tarde, a mensageira ideal da ressurreição.
Socorre, generoso, os alienados mentais do caminho, desalgemando-os das entidades infelizes que os atenazam; contudo, entretém-se, ele mesmo, com espíritos glorificados, no cimo do Tabor.
Promete a Simão Pedro auxiliá-lo contra o assalto das trevas e, tolerando-lhe pacientemente as fraquezas na hora da negação, condu-lo, pouco a pouco, à exaltação apostólica.
Honorificando a humildade de Estevão, que suporta sereno as fúrias que o apedrejam, aciona-lhe os mecanismos da clarividência, e o mártir percebe-lhe a presença sublime, antes de se render à imposição da morte.
Compadece-se de Saulo de Tarso, obsidiado por seres cruéis que o transformam em desalmado verdugo, e aparece-lhe, em espírito, na senda de Damasco, para ensiná-lo, através de longos anos de renunciação e martírio, a converter-se em padrão vivo de bondade e entendimento.
E continuando o ministério divino, dispomos hoje, na Terra, da Doutrina Espírita a restaurar-lhes as lições como força que educa o fenômeno psíquico, joeirando-lhe as expressões e demonstrando-nos a todos que não bastam mediunidades fulgurantes, endereçadas ao regozijo da inteligência, no palanque das teorias ou no banquete das convicções, e sim que, sobretudo, é inadiável a nossa purificação de espírito para o levantamento do Bem Eterno.



Emmanuel

Do livro: Religião dos Espíritos
Psicografia: Francisco Cândido Xavier
Editora: FEB

domingo, 16 de novembro de 2008

Sentenciados

Sentenciados, sim!

A vida, porém, não nos suplica pelo prazer de atormentar.
À face de nossa destinação à suprema felicidade, todos estamos intimados ao bem, impelidos ao progresso, endereçados à educação e policiados pela justiça.
Jesus, o divino penalogista, exortou-nos, convincente:
"Perdoa não sete vezes, mas setenta vezes sete".
É que o mal expressa grave desequilíbrio do corpo, a dor moral de haver ferido a alguém é o abcesso reclamando dreno adequado; o vício é a fístula corruptora, esperando remoção da causa que a produz, e a delinqüência é o tumor de caráter maligno, comprometendo a estrutura orgânica, em prenúncio da morte.
Esposar revolta e vingança seria expor o próprio sangue a infecções perigosas, entrando voluntariamente, nas faixas destrutivas da enfermidade.
Tolerância e perdão, por isso, constituem profilaxia e imunização infalíveis.
Diz Allan Kardec: "Às penas que o espírito experimenta na vida espiritual ajuntam-se as da vida corpórea, que são conseqüentes às imperfeições do homem, às suas paixões, ao mau uso das faculdades e à expiação de presentes e passadas faltas".
Esparze, desse modo, as vibrações confortativas da prece sobre todo aquele que caiu no logro do mal.
O caluniador está sentenciado à repressão da própria língua, o desertor está sentenciado à frustração que marcou a si mesmo, o ingrato está sentenciado ao arrependimento tardio, o ofensor está sentenciado ao ferrete da consciência, o criminoso está sentenciado a carregar consigo o padecimento das próprias vítimas.
Além disso, cada conta exige resgate proporcional aos débitos assumidos, com o remorso da quebra.
Assim pois, à frente do irmão que te golpeia, recolhe-te em silêncio e esquece todo o mal. Não precisas indicá-lo àquele ou a esse castigo, perante a barra dos tribunais, porque o maior sistema de punição já está dentro dele.


Emmanuel


Do livro: Justiça Divina
Psicografia: Francisco Cândido Xavier
Editora: FEB

Dando início aos trabalhos

Durante anos (mais de 20) freqüentei o Centro Espírita Leon Denis, no Rio de Janeiro, indo pelo menos duas vezes por semana. Lá, em cada reunião pública, são distribuídas mensagens às pessoas que chegam, um papel branco pequeno com textos geralmente psicografados por médiuns da casa, ou retirados de livros. Nos últimos anos eu passei a guardar comigo essas mensagens e mantê-las em casa num pequeno bolinho, que cresceu bastante.

Hoje eu decidi colocar essas mensagens num blog. Quem sabe elas ajudam alguém.



Paz.